Fotoliterando
Natureza

Aprendi a viver com a tua ausência, mas não consigo deixar o mar que nos une.

Partiste para não mais regressar e deixaste-me perdido numa esperança vã de sonhos por concretizar.

Cada vez que escuta as vozes do mar, anseia por um encontro e deixa-se perder no labirinto dessa esperança.

Será o verde a cor da esperança? Terá esta todas as cores de uma palete? Talvez contenha a tonalidade daqueles que não deixam de acreditar que os caminhos que cruzam dão um colorido à vida para lá das mágoas e perdas.

É do mar e daquela paisagem única que percorre com o olhar. É gaivota que voa sem medo de errar.

Os jacarandás estavam em flor e no ar pairava um cheiro a romance. Atravessaram a avenida lado a lado, cúmplices de olhares secretos e palavras reprimidas.

Talvez a ponte aproxime os lugares obscuros das nossas divergências e una tudo o que temos em comum.

Somos flores caídas, pedaços de vida a borbulhar de sangue. Somos ínfimos na imensidão do mundo, grandes da nossa insignificância.